domingo, 11 de novembro de 2007

2. Autenticidade, reprodutibilidade e consequente perda de aura das obras de arte.

2. Autenticidade, reprodutibilidade e consequente perda de aura das obras de arte .

De acordo com Benjamin, a obra de arte sempre foi reprodutível. A diferença é que num primeiro momento da história, a reprodutibilidade ocorria por meio da imitação manual.

Na sociedade pré-industrial surgem novas técnicas, mas ainda artesanais e manuais, originando novos processos de produção e reprodução artística: impressão escrita, xilogravura, litografia, calcografia. Assim divulga-se e circulam em maior escala as obras de arte literária e plástica.

A diferença significativa surge na
sociedade industrial: técnicas mecânicas e analógicas de reprodução artística acarretam uma mudança qualitativa da obra de arte, e é esta mudança drástica na percepção da obra de arte o tema deste ensaio de Benjamin. De fato, a autenticidade, autoridade, historicidade do original da obra de arte e a sua unicidade num dado espaço e tempo perdem-se. A aura da obra de arte, que é esta existência única, este aqui e agora do original, perde-se em troca da existência serial das reproduções: a autenticidade não é reprodutível.

A perda da aura não é, contudo, vista por Benjamin como algo que tenha apenas aspectos negativos: surgem novas possibilidades revolucionárias de relacionamento entre as massas e o mundo das imagens. A obra
torna-se independente do ritual, do contexto histórico e das tradições em que se insere, perde valor de culto, mas aproxima-se dos seus espectadores, adquirindo valor de exposição. Ou seja, a reprodução técnica permite maior acesso às imagens e produções, a arte é refuncionalizada em relação à cultura de massas como uma apropriação por parte da coletividade.










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